Amália, Flor de Lua




FLOR DE LUA, de Amália Rodrigues
(gravado em 1982, com música de Carlos Gonçalves)

Solidão
Campo aberto
Campo chão
Tão deserto
Meu verão
Ansiedade
Meu irmão
De saudade

Campo sol
Girassol
Branco lírio
Ilusã
Solidão
Meu martírio
Torna a flor
Minha flor
Campo chão
Torna a dor
Minha dor
Solidão

Vai no vento
A passar
Um lamento
A gritar
Dó ré mi
Mi fá sol
Dó ré mi
Girassol

Velho cardo
Esguio nardo
Flor de lua
Mi fá sol
Girassol
Eu sou tua
Torna a dor
Minha dor
Campo chão
Torna a flor
Minha flor
Solidão

Grita o mar
Geme o vento
Teu olhar
Meu tormento
Chora a lua
Flor dourada
Madressilva
Madrugada

Canta a lua
Seminua
Flor mimosa
Sargaçal
Roseiral
Minha rosa
Chora a fonte
Reza o monte
Branca asa
Canta a flor
Chora a flor
Campa rasa

Hebe, A Rainha da Vida!

A 8 de Março de 1929, nascia, na cidade brasileira do interior de São Paulo chamada Taubaté, uma menina a quem o nome escolhido ditaria o seu destino: Hebe, a deusa da juventude!


Filha do músico Fego Camargo e de Ester, e tendo cinco irmãos, Hebe Camargo, após mudar-se com a família para a cidade de São Paulo, em 1943, cedo revelaria os seus dons artísticos. Aos 15 anos, já cantava chorinhos e modinhas na Rádio Tupi Paulista e imitava Carmen Miranda nos programas de calouros da época.



Dona de uma voz bela e de uma interpretação graciosa, Hebe iniciaria a sua carreira de cantora a solo com apenas 16 anos, ganhando o título de "estrelinha do samba".
Aos 17 anos, teria o seu primeiro disco gravado, a convite do compositor Dennis Brean, estendendo, assim, a sua fama a outros estados do Brasil, onde passou a fazer turnés.

Com 20 anos, estreou-se no cinema, no filme "Quase no Céu", fazendo ainda participações nos filmes de Mazzaropi como cantora.

Em 1950, quando nasceu a Televisão no Brasil, já Hebe era uma estrela nacional.
Juntamente com Ivon Curi, Hebe fez a primeira apresentação musical da Televisão brasileira, na TV Tupi de São Paulo, uma verdadeira relíquia que é uma delícia de se ver!





A par da sua carreira de cantora, Hebe, cuja beleza e carisma eram evidentes, depressa passou da Rádio também para a TV, estreando-se como apresentadora em 1955, pela mão do actor e produtor Walter Forster.




Nas décadas de 60 e 70, apresentou vários programas na TV Paulista, depois na recém-inaugurada TV Continental do Rio de Janeiro, e ainda na TV Tupi e na TV Bandeirantes, tornando-se líder absoluta de audiência.

Passou a ser conhecida como a "Estrela de São Paulo", mas, na verdade, o seu brilho já deslumbrava todo o Brasil!



Hebe passou a receber, nos seus programas, as mais famosas e importantes personalidades do Brasil e do Mundo, de tal modo que ficou costume dizer-se: "Não passou pelo sofá da Hebe, não existiu"!



Em 1985, Hebe mudou-se para o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), e, em Março de 1986, passava a dar o seu nome ao programa que, com garra e inteligência ímpares, mantém, com fantástico sucesso, até hoje: o programa "Hebe".



Sempre corajosa, irreverente e verdadeira, antes de mais, consigo própria e com o seu público, senhora de uma alegria solar, de uma naturalidade e espontaneidade desarmantes e de uma juventude e beleza eternas, Hebe criou um estilo único enquanto apresentadora, que a elevou, com unanimidade, ao patamar de "Rainha da TV", no Brasil.




Uma Mulher apaixonante, que sendo já uma das maiores figuras do século XX brasileiro, continua aí, marcando o século XXI com a sua arte maior, que é a de viver com a intensidade e a chama raras dos intemporais, espalhando a sua luz para que possamos, todos, dela tomar uma parte e sermos mais felizes.



Mas, felizmente, a extraordinária consagração de Hebe como apresentadora de televisão não fez com que ela deixasse de nos brindar com a sua lindíssima voz e grande força interpretativa.

Maravilhosa foi a sua actuação, em plenos 80 anos de idade, no show de homenagem aos 50 anos de carreira de Roberto Carlos, no Teatro Municipal de São Paulo, a 26 de Maio de 2009, onde foi, de forma especialmente emocionante, ovacionada!


Site SBT Hebe

"A estrela do oriente" Oum Kalthoum




Oum Kalthoum, cantora, compositora e actriz, nasceu a 31 de Dezembro de 1904 em El Senbellawein, Egipto. Conhecida como “A estrela do oriente”, Oum foi a maior cantora Árabe do século XX, tendo o seu trabalho influenciado músicos como Bob Dylan, Maria Callas, Bono, Led Zeppelin...

A sua voz, cavalo negro que percorre os desertos quentes do mundo, é absolutamente fascinante. Uma sonoridade que nos faz viajar a terras de pirâmides e faraós, onde o sol é mais abrasador.

Aqui podem ouvir um pouco desta maravilhosa voz:



Desde cedo que Oum demonstrou talento para cantar, e foi apenas com 12 anos que entrou numa pequena peça dirigida pelo seu pai.
Em 1923 muda-se para a cidade de Cairo onde rapidamente se introduziu nos círculos culturais, sem nunca renunciar às suas origens humildes nas quais tinha orgulho. Foi em Cairo que conheceu o famoso poeta Ahmad Rami que escreveu 137 canções para ela.
A sua primeira grande aparição deu-se no Arabic Theatre Palace, onde fez um enorme sucesso.

Em 1966 cantando o tema “Al Atlal”:


As suas músicas tinham como principais temas o amor, a saudade e a perda. Um concerto de Oum consistia em duas ou três músicas que tinham a duração de três a seis horas, fazendo um pouco lembrar a ópera ocidental, com longas passagens vocais ligadas por curtos interlúdios orquestrais, no entanto Oum não foi influenciada pela ópera.


Além da carreira como cantora, Oum participou em seis filmes, no entanto desistiu da carreira como actriz devido à falta de contacto pessoal e emocional com o público.
O seu último concerto foi no palácio do Nilo em 1973. Mais tarde a cantora mudou-se para os Estados Unidos onde obteve melhores cuidados médicos devido ao seu diagnóstico de nefrite. Em 1975 regressa ao seu país de origem, falecendo a 3 de Fevereiro de 1975. O seu funeral é recordado como um dos maiores da história, assistido por 4 milhões de pessoas.




A sua biógrafa escreveu para a Harvard Magazine:
"Imagine a singer with the virtuosity of Joan Sutherland or Ella Fitzgerald, the public persona of Eleanor Roosevelt and the audience of Elvis and you have Umm Kulthum, the most accomplished singer of her century in the Arab world".



Mais sobre Oum Kalthoum AQUI

Toda a Espanha em Lola

Maria Dolores Flores Ruiz nasceu em Jerez de la Frontera, no Sul de Espanha, no dia 21 de Janeiro de 1923, e deixou este mundo a 16 de Maio de 1995.

Lola de España, ou La Faraona, eram outros nomes por que ficou conhecida Lola Flores, essa extraordinária mulher e artista que parecia condensar no seu olhar e no seu gesto todo o Flamenco e toda a Espanha!

Cantora, bailaora e actriz, Lola reuniu muitas vezes todos os seus talentos em inúmeros filmes, verdadeiras relíquias da sua Arte.

Trazendo no seu fortíssimo e fascinante temperamento a herança moura e cigana, Lola é considerada por muitos a maior e eterna representante da alma espanhola.



Eis, aqui, Lola Flores no filme "Limosna de Amores", de 1955, cantando o tema-título do filme, uma mostra das suas fabulosas e arrebatadoras interpretações:





A beleza mítica da carismática Lola Flores.



Uma entrevista com Lola, revelando um pouco da sua personalidade intensa e apaixonante:




Lola Flores com Manolo Caracol, uma das suas mais famosas parcerias artísticas.

"Asas no exílio dum corpo" Natália Correia


“Ó subalimentados do sonho, a poesia é para comer!” assim gritava Natália Correia a quem a quisesse ouvir.

Nascida na ilha de São Miguel, Açores, a 13 de Setembro de 1923, Natália foi uma das fascinantes e intemporais Mulheres do século XX.

Poetisa e deputada, teve as suas principais intervenções políticas ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres.
Como escritora não se prendeu a nenhum estilo, apesar de ter como forte influência o surrealismo, estendeu a sua obra a variados géneros, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio.

Ouvir Natália a recitar o poema "Autogénese" de sua autoria:


Apelou sempre à literatura como forma de intervenção na sociedade, tendo tido um papel activo na oposição ao regime do Estado Novo.
A sua personalidade forte e polémica, livre de convenções sociais, reflecte-se claramente na sua escrita.

Polémicas intervenções parlamentares sempre caracterizaram a deputada, entre as quais num debate sobre o aborto, em 1982, a réplica satírica que fez a um deputado do CDS, João Morgado, que afirmava “O acto sexual é para ter filhos”. Aqui fica a resposta de Natália Correia - em poema, publicado depois pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse ano, que fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso:

Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
de cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

Sacerdotisa do Amor, Natália Correia, para quem o valor das palavras na poesia é o de nos conduzirem ao ponto onde nos esquecemos delas, e o ponto onde nos esquecemos delas é onde nunca mais se pode ter repouso, pode dizer-se, andou de maluqueira em maluqueira (palavra esta que lhe era querida).





A DEFESA DO POETA

Senhores jurados sou um poeta
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto

Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim

Sou em código o azul de todos
(curtido coiro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes

Senhores banqueiros sois a cidade
o vosso enfarte serei
não há cidade sem o parque
do sono que vos roubei

Senhores professores que pusestes
a prémio minha rara edição
de raptar-me em crianças que salvo
do incêndio da vossa lição

Senhores tiranos que do baralho
de em pó volverdes sois os reis
sou um poeta jogo-me aos dados
ganho as paisagens que não vereis

Senhores heróis até aos dentes
puro exercício de ninguém
minha cobardia é esperar-vos
umas estrofes mais além

Senhores três quatro cinco e sete
que medo vos pôs na ordem ?
que pavor fechou o leque
da vossa diferença enquanto homem ?

Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa

Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever
ó subalimentados do sonho !
a poesia é para comer.

Natália Correia

Ouvir o poema recitado pela autora:



E se a poesia é para comer, sirvamo-nos então da sua Arte!

Um Mundo Encantado Chamado Débora...

Débora Duarte é um universo à parte.

Um jeito mágico de ser e de se dar - na vida e na missão que tem de nos carregar a todos nas suas personagens e nos seus versos...

Um infinito.

Um mistério da Beleza e da Arte!

Um brilho que é próprio e único.


Uma irradiação de grandiosidade, de verdade, de amor... constantes.

..."Um verdadeiro sabor", como a definiu o cantor e compositor Antônio Marcos, que tanto a amou enquanto viveu...

Débora é a plenitude de talento, a estrela definitiva.

A Actriz que, mais que actriz, é Escola. A Poetisa que, mais que poetisa, é Vida. A Mulher que, mais que mulher, é Musa: feita de amor e feita para amar... para sempre!



Débora Susan, de seu nome, e Duke, de apelido - o qual herdou do seu pai biológico norte-americano, Douglas Duke, músico. Marisa Sanches era a sua Mãe, actriz. Lima Duarte foi e é o seu Pai, actor, e a ele foi buscar o nome com que se entregou toda à Arte: Débora Duarte.

Nascida a marcar a metade do século XX e ao mesmo tempo que a Televisão, no ano de 1950, no dia 2 de Janeiro, na cidade brasileira de São Paulo, Débora já trazia em si a arte como predestinação. Cinco anos depois de nascer, já lhe era notado o talento surpreendente e tornava-se actriz na antiga TV Tupi, onde seus pais, Marisa e Lima, trabalhavam.



Daí à consagração como uma das estrelas maiores da teledramaturgia brasileira foi um passo!

Criadora de um manancial de personagens antológicas e fascinantes, de novelas, séries e minisséries, ao longo dos anos '50, '60, '70, '80, '90 e '00, Débora é a actriz brasileira que mais trabalhos televisivos fez, mas nunca se limitou à teledramaturgia, fazendo com absoluta maestria, também, teatro e cinema.



Dona de uma arte única e apaixonante de representar, famosa pela força, intensidade e vitalidade com que compõe e engrandece cada personagem e faz de cada uma delas uma viagem para quem assiste, Débora é admirada e amada também pela sua personalidade igualmente forte, intensa, vital e inspiradora.

Uma força da Natureza que é um jeito tão natural de ser!...


"Eu espero em paz a paz que eu poderei dar"
DÉBORA DUARTE


The Art of Meryl


Meryl Streep (Mary Louise Streep), uma das melhores e mais fascinantes actrizes de sempre, nasceu em New Jersey, nos EUA, a 22 de Junho de 1949.


Começou por estudar música, que sempre foi a sua paixão, e mais tarde estudou arte dramática. O seu sonho sempre foi ser cantora, e mesmo agora, actriz consagrada, afirma que o que lhe dá mais prazer é cantar. Sempre com um sentido de humor incrível, Meryl é capaz de pôr qualquer um a rir nas suas entrevistas. Uma Mulher de uma inteligência e sensibilidade que nos fascinam.



Aqui, podemos ver alguns dos momentos humorísticos da actriz:




Podemos ver, nos vídeos que se seguem, algumas interpretações musicais de Meryl em filmes:

Em "Postcards from the Edge", cantando I'm Checkin'Out


Em "Mamma Mia!", cantando The Winner Takes It All



A sua estreia cinematográfica deu-se no filme "Julia", de Fred Zinnemann, em 1977. Daí para a frente, seguiram-se muitos mais, entre os quais destacamos "The French Liutenant's Woman", "Sophie's Choice", "Out of Africa", "She-Devil", "Postcards from the Edge", "The House of the Spirits", "The Bridges of Madison County", "Music of the Heart", "The Hours", "The Devil Wears Prada", "Mamma Mia!", "Doubt", sempre com um enorme sucesso e maravilhosas interpretações de Meryl.





















Recordista em nomeações para o Oscar de actuação, entre homens e mulheres, Meryl conta com 15 nomeações no total, nas categorias de melhor actriz e melhor actriz coadjuvante, pelos filmes "The Deer Hunter" (1979), "Kramer vs. Kramer" (1980), "The French Liutenant's Woman" (1982), "Sophie's Choice" (1983), "Silkwood" (1983), "Out of Africa" (1985), "Ironweed" (1988), "A Cry in the Dark" (1988), "Postcards from the Edge" (1990), "The Bridges of Madison County" (1995), "One True Thing" (1998), "Music of the Heart" (1999), "Adaptation" (2002), "The Devil Wears Prada" (2006) e "Doubt" (2008).
Entre muitos outros prémios, Meryl venceu o Oscar por "Kramer vs. Kramer" e "Sophie’s choice".


"Acting is not about being someone different. It's finding the similarity in what is apparently different, then finding myself in there."
Meryl Streep


Mais sobre Meryl em Simply Streep

Irina ou a Paixão de um Povo

Irina é uma daquelas Mulheres raras que fascinam à primeira vista, aliando uma esfusiante beleza e um forte carisma a um talento maravilhoso!


Irina Loghin nasceu a 19 de Fevereiro de 1939, numa feérica aldeia romena chamada Gura Vitioarei, na província de Prahova, no Sul da Roménia. Filha de Efrim e Elena, e tendo cinco irmãos, Irina, apesar das origens humildes, cedo e irremediavelmente se destacou com a sua voz e singularidade interpretativa, primeiro no seu pequeno ambiente natal, depois em Bucareste, onde estudou, e, por fim, a nível nacional, sendo rapidamente elevada ao patamar de Rainha da Música Folclórica Romena.


Na verdade, da sua estreia como cantora, em 1963 - após ter ganho, em 1962, o exigente concurso para integrar a famosa e prestigiada Orquestra "Ciocîrlia" de Bucareste - à consagração do mito "Irina Loghin" foi um passo.

... O que facilmente se entende, escutando-a e vendo-a!
Eis algumas relíquias do arquivo da Televisão Romena (TVR):


Após a vertiginosa ascensão nos anos 60 e 70, Irina Loghin foi interdita pela ditadura comunista de Nicolae Ceausescu durante os negros anos 80, situação que teve fim com a Revolução de 1989.
Hoje, absolutamente consagrada como a maior cantora romena e a maior representante da música popular e da alma romenas no mundo, Irina, que recentemente completou 70 anos de idade, continua a inebriar com a sua beleza, voz e interpretação extraordinárias:


Irina Loghin já recebeu todos os Prémios, incluindo o grau de Grande Oficial da Ordem "Mérito Cultural", atribuído pelo Estado Romeno, sendo considerada uma das maiores e mais amadas figuras de sempre da cultura e da arte romenas e, sem qualquer dúvida, uma das maiores cantoras do mundo.


Mais sobre Irina Loghin, em breve, neste blog!

Biografia de Irina Loghin - Pagina da Wikipédia em Português

Lila Downs y el encanto de su canto

Lila Downs, Mulher encantadora, dona de uma voz extasiante, nasceu em 1968, num pequeno povoado, em Oaxaca, no México.
Sua mãe, uma mulher indígena mixteca de San Miguel El Grande, seu pai, um famoso cineasta norte-americano, com ascendência escocesa. Desde cedo, a voz de Lila se fazia notar: com oito anos já cantava rancheras e tocava guitarra, e aos catorze foi a Los Angeles para ter aulas de canto, as quais continuou em Oaxaca.
Lila cresceu no Estado mexicano de Oaxaca e passou a sua adolescência nos Estados Unidos, no Estado da Califórnia. Frequentou depois a Universidade de Minnesota onde completou os estudos em canto e antropologia.
Começou a sua carreira cantando nos clubes de Oaxaca e Filadélfia, acompanhada pelo músico Paul Cohen, um saxofonista dos Estados Unidos, dando início a uma colaboração entre ambos, da qual nasceriam canções que lentamente evoluiriam até fazerem parte das gravações subsequentes de Lila.

Contribuíu para a banda sonora do filme "Frida" com vários temas, entre os quais Burn it blue, que seria nomeado para o Óscar de Melhor Canção e que Lila interpretou na 75ª entrega dos Óscares. Esta participação no filme foi de grande importância pessoal para Lila, pois ela tem uma grande admiração pela artista Frida Kahlo, com a qual se identifica.
Actualmente, interpreta composições de sua autoria, bem como outras com origens no folclore de várias culturas mesoamericanas: mixteca, zapoteca, maia e nahua.
Mais recentemente, participou no filme "Fados", de Carlos Saura, cantando Foi na travessa da palha.


Discografia:
• La Sandunga (1997)
• Yutu Tata / Árbol de la Vida (2000)
• La Línea / Border (2002)
• Frida (2002)
• Una Sangre (2004)
• La Cantina - Entre Copa y Copa (2006)
• Shake Away (2008)


Aqui podemos ouvir o famoso tema La llorona, fantasticamente interpretado por Lila:


Lila Downs com Caetano Veloso, na cerimónia dos Óscares:


Cantando uma ranchera, Paloma Negra:


Do seu mais recente trabalho, o tema Ojo de Culebra:

Eternamente Amália


Quero cantar para a lua
Deixem-me cantar na rua
Pois foi da rua que eu vim

Vim da rua vim das pedras

Nada sei das vossas regras

Regras não são para mim


Deixem-me chorar ao vento

Deixem andar meu lamento

Pode ser que chegue ao céu

Deixem-me o meu pensamento

Que embora seja tormento

Que seja mas seja meu


Amália Rodrigues

(Versos, Cotovia, 1997)