Hebe, A Rainha da Vida!

A 8 de Março de 1929, nascia, na cidade brasileira do interior de São Paulo chamada Taubaté, uma menina a quem o nome escolhido ditaria o seu destino: Hebe, a deusa da juventude!


Filha do músico Fego Camargo e de Ester, e tendo cinco irmãos, Hebe Camargo, após mudar-se com a família para a cidade de São Paulo, em 1943, cedo revelaria os seus dons artísticos. Aos 15 anos, já cantava chorinhos e modinhas na Rádio Tupi Paulista e imitava Carmen Miranda nos programas de calouros da época.



Dona de uma voz bela e de uma interpretação graciosa, Hebe iniciaria a sua carreira de cantora a solo com apenas 16 anos, ganhando o título de "estrelinha do samba".
Aos 17 anos, teria o seu primeiro disco gravado, a convite do compositor Dennis Brean, estendendo, assim, a sua fama a outros estados do Brasil, onde passou a fazer turnés.

Com 20 anos, estreou-se no cinema, no filme "Quase no Céu", fazendo ainda participações nos filmes de Mazzaropi como cantora.

Em 1950, quando nasceu a Televisão no Brasil, já Hebe era uma estrela nacional.
Juntamente com Ivon Curi, Hebe fez a primeira apresentação musical da Televisão brasileira, na TV Tupi de São Paulo, uma verdadeira relíquia que é uma delícia de se ver!





A par da sua carreira de cantora, Hebe, cuja beleza e carisma eram evidentes, depressa passou da Rádio também para a TV, estreando-se como apresentadora em 1955, pela mão do actor e produtor Walter Forster.




Nas décadas de 60 e 70, apresentou vários programas na TV Paulista, depois na recém-inaugurada TV Continental do Rio de Janeiro, e ainda na TV Tupi e na TV Bandeirantes, tornando-se líder absoluta de audiência.

Passou a ser conhecida como a "Estrela de São Paulo", mas, na verdade, o seu brilho já deslumbrava todo o Brasil!



Hebe passou a receber, nos seus programas, as mais famosas e importantes personalidades do Brasil e do Mundo, de tal modo que ficou costume dizer-se: "Não passou pelo sofá da Hebe, não existiu"!



Em 1985, Hebe mudou-se para o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), e, em Março de 1986, passava a dar o seu nome ao programa que, com garra e inteligência ímpares, mantém, com fantástico sucesso, até hoje: o programa "Hebe".



Sempre corajosa, irreverente e verdadeira, antes de mais, consigo própria e com o seu público, senhora de uma alegria solar, de uma naturalidade e espontaneidade desarmantes e de uma juventude e beleza eternas, Hebe criou um estilo único enquanto apresentadora, que a elevou, com unanimidade, ao patamar de "Rainha da TV", no Brasil.




Uma Mulher apaixonante, que sendo já uma das maiores figuras do século XX brasileiro, continua aí, marcando o século XXI com a sua arte maior, que é a de viver com a intensidade e a chama raras dos intemporais, espalhando a sua luz para que possamos, todos, dela tomar uma parte e sermos mais felizes.



Mas, felizmente, a extraordinária consagração de Hebe como apresentadora de televisão não fez com que ela deixasse de nos brindar com a sua lindíssima voz e grande força interpretativa.

Maravilhosa foi a sua actuação, em plenos 80 anos de idade, no show de homenagem aos 50 anos de carreira de Roberto Carlos, no Teatro Municipal de São Paulo, a 26 de Maio de 2009, onde foi, de forma especialmente emocionante, ovacionada!


Site SBT Hebe

"A estrela do oriente" Oum Kalthoum




Oum Kalthoum, cantora, compositora e actriz, nasceu a 31 de Dezembro de 1904 em El Senbellawein, Egipto. Conhecida como “A estrela do oriente”, Oum foi a maior cantora Árabe do século XX, tendo o seu trabalho influenciado músicos como Bob Dylan, Maria Callas, Bono, Led Zeppelin...

A sua voz, cavalo negro que percorre os desertos quentes do mundo, é absolutamente fascinante. Uma sonoridade que nos faz viajar a terras de pirâmides e faraós, onde o sol é mais abrasador.

Aqui podem ouvir um pouco desta maravilhosa voz:



Desde cedo que Oum demonstrou talento para cantar, e foi apenas com 12 anos que entrou numa pequena peça dirigida pelo seu pai.
Em 1923 muda-se para a cidade de Cairo onde rapidamente se introduziu nos círculos culturais, sem nunca renunciar às suas origens humildes nas quais tinha orgulho. Foi em Cairo que conheceu o famoso poeta Ahmad Rami que escreveu 137 canções para ela.
A sua primeira grande aparição deu-se no Arabic Theatre Palace, onde fez um enorme sucesso.

Em 1966 cantando o tema “Al Atlal”:


As suas músicas tinham como principais temas o amor, a saudade e a perda. Um concerto de Oum consistia em duas ou três músicas que tinham a duração de três a seis horas, fazendo um pouco lembrar a ópera ocidental, com longas passagens vocais ligadas por curtos interlúdios orquestrais, no entanto Oum não foi influenciada pela ópera.


Além da carreira como cantora, Oum participou em seis filmes, no entanto desistiu da carreira como actriz devido à falta de contacto pessoal e emocional com o público.
O seu último concerto foi no palácio do Nilo em 1973. Mais tarde a cantora mudou-se para os Estados Unidos onde obteve melhores cuidados médicos devido ao seu diagnóstico de nefrite. Em 1975 regressa ao seu país de origem, falecendo a 3 de Fevereiro de 1975. O seu funeral é recordado como um dos maiores da história, assistido por 4 milhões de pessoas.




A sua biógrafa escreveu para a Harvard Magazine:
"Imagine a singer with the virtuosity of Joan Sutherland or Ella Fitzgerald, the public persona of Eleanor Roosevelt and the audience of Elvis and you have Umm Kulthum, the most accomplished singer of her century in the Arab world".



Mais sobre Oum Kalthoum AQUI

Toda a Espanha em Lola

Maria Dolores Flores Ruiz nasceu em Jerez de la Frontera, no Sul de Espanha, no dia 21 de Janeiro de 1923, e deixou este mundo a 16 de Maio de 1995.

Lola de España, ou La Faraona, eram outros nomes por que ficou conhecida Lola Flores, essa extraordinária mulher e artista que parecia condensar no seu olhar e no seu gesto todo o Flamenco e toda a Espanha!

Cantora, bailaora e actriz, Lola reuniu muitas vezes todos os seus talentos em inúmeros filmes, verdadeiras relíquias da sua Arte.

Trazendo no seu fortíssimo e fascinante temperamento a herança moura e cigana, Lola é considerada por muitos a maior e eterna representante da alma espanhola.



Eis, aqui, Lola Flores no filme "Limosna de Amores", de 1955, cantando o tema-título do filme, uma mostra das suas fabulosas e arrebatadoras interpretações:





A beleza mítica da carismática Lola Flores.



Uma entrevista com Lola, revelando um pouco da sua personalidade intensa e apaixonante:




Lola Flores com Manolo Caracol, uma das suas mais famosas parcerias artísticas.